Transferência de veículo: entenda o passo a passo!
Comprar e vender carros seminovos ou usados era uma tarefa burocrática. Precisávamos preencher uma papelada fisicamente no Detran e nos cartórios. No entanto, a CDT (Carteira Digital de Trânsito) simplificou a transferência de veículo, já que ela reúne todos os documentos do carro, e isso inclui os obrigatórios para transferir.
Afinal, recentemente, o CRLV (documento de licenciamento) e o CRV (registro do carro) ficaram digitais — o CRLVe — e fazem parte do app da CDT. Isso fez com que a transferência de veículo ficasse totalmente digital.
Além disso, não precisamos mais comparecer ao órgão de trânsito e o modelo digital não tem custos adicionais. Você só precisa pagar as taxas padrão, como IPVA e licenciamento.
Entenda melhor como a transferência de veículo funciona nos próximos tópicos.
Como fazer a transferência de veículo?
Os passos para fazer a transferência de veículo são:
- solicitar a ATPVe, o substituto do antigo CRV;
- imprimir o ATPVe para assinatura do vendedor e do comprador, com firma em cartório;
- levar o carro para uma vistoria veicular, que analisará a documentação, a originalidade, as condições e os equipamentos obrigatórios;
- enviar o laudo ao Detran, de forma virtual ou presencial;
- fazer o upload de alguns documentos no app do Detran ou do Poupatempo, como a identidade, o comprovante de endereço, o documento de propriedade e a nota fiscal da venda;
- caso precise, fazer o emplacamento.
Você só precisará fazer o emplacamento se a placa for anterior à do padrão Mercosul ou se estiver em mau estado de conservação.
Como funciona o documento de carro digital?
A partir de 2021, o documento do carro se tornou digital. O CRLVe e o ATPVe ocuparam o lugar dos tradicionais CRLV e CRV. Dá para acessá-los pelo app da CDT. Aqui, vale ficar atento: só dá para acessar o CRLVe se o carro não tiver nenhum débito.
O único app que você deve usar para acessar os documentos é o CDT. Repare no nome do fornecedor na Google Play Store e na Apple App Store. Veja se está escrito “Governo do Brasil”. Não use outros aplicativos para acessar a carteira, eles podem roubar seus dados.
Mesmo quem não tem smartphone pode emitir o CRLVe. Basta usar o site do Detran do seu estado. O app da CDT reúne também a carteira de habilitação. Dá para conferir as multas por ele. Você só precisará de internet para baixar o CRLVe pela primeira vez. Depois, ficará na memória do celular.
É possível fazer a transferência de veículos a alguém que não tem CNH?
Apesar da confusão, o Detran não tem relação com compra e venda de carros. Ele não pode impedir que uma pessoa compre algo e isso inclui um carro. A CNH serve só para provar a aptidão de alguém para dirigir.
Por isso, quem não tem CNH pode ter um carro no próprio nome, ainda que não tenha permissão para dirigi-lo. Quando acontece uma multa, ela vai para o endereço do dono e precisa preencher um formulário de identificação do motorista em um prazo de 30 dias.
Se o motorista não for identificado, o dono do carro terá que pagar a multa. A pontuação, no entanto, não será registrada, já que não há CNH. O procedimento de transferência de veículo é o mesmo do feito para uma pessoa com CNH.
Como fazer a documentação?
Caso você tenha comprado um carro novo, o primeiro passo é registrá-lo em até 30 dias depois de a loja emitir a nota fiscal. É o que gera o CRLVe, documento que permite o emplacamento. Tenha em mente que dá para fazer isso sozinho.
Você não precisa de um despachante porque a concessionária não pode condicionar sua compra à contratação de um despachante específico. Se isso acontecer, é uma venda casada e você pode registrar uma queixa no Procon. Obtenha com o Detran o número da placa e os valores de IPVA para se prevenir.
Os preços aqui variam conforme a cidade. Você até pode personalizar a placa, mas precisará pagar uma taxa para isso. Para essa etapa, separe:
- RG;
- CPF;
- CNH;
- comprovante de residência;
- decalque do chassi;
- formulário Renavam;
- contrato de financiamento, caso seja financiado.
O que é preciso saber antes de trocar o carro?
Se você pensa em trocar de carro, pode começar com uma vistoria cautelar. Há várias empresas que fazem um raio-x do carro, levantando a documentação e as condições. Os peritos conferem o histórico, para ver se há dívidas, multas, sinistros e até roubos ou clones.
Eles também veem se há batidas e se tudo funciona bem. No fim, há um laudo que recomenda ou não a compra. E outro serviço interessante é o de “personal car”, no qual consultores procuram o carro de acordo com a necessidade do cliente. Eles dão uma nota para o veículo candidato.
Depois, é só fazer as etapas de transferência tradicionais, mas quem tem um carro com Gás Natural Veicular precisará passar por uma inspeção anual. Vale também garantir a cobertura do seguro antes de sair rodando. Já quem tem um carro zero nem precisa de passar pelas vistorias das seguradoras.
Quais são os cuidados na hora da compra?
Antes de comprar o carro, é preciso tomar alguns cuidados. Isso vale principalmente se for compra direta, negociada com o proprietário. Aqui, não há as garantias da pessoa jurídica e os riscos são mais altos, e as empresas costumam ter um cuidado alto, já que processos prejudicam a imagem para novos compradores.
Em uma loja comum, o lojista tem a obrigação de dar assistência técnica se o dono do carro comprovar que ele tem problemas. Por isso, a compra particular só vale a pena quando o veículo é de pessoas conhecidas e confiáveis.
A concessionária também tem desvantagens. É o caso do preço. Uma loja pode cobrar até 20% do preço do carro como uma comissão por vendê-lo. Na venda direta, dá para ter mais descontos. No entanto, a confiança aqui é essencial.
Embora exija alguma burocracia, a transferência de veículos é muito mais fácil do que já foi. Tudo é centralizado no app do CDT, do Detran e do Poupatempo. Alguns estados estão digitalizando ainda mais o processo, para que ele dure só cinco minutos. Compartilhe este post nas redes para que seus amigos fiquem por dentro!