Confira 7 características mais marcantes da agricultura familiar
A agricultura familiar é uma atividade-chave no Brasil, responsável por 70% dos alimentos consumidos no país. A maioria das propriedades rurais se dedica a ela, embora ainda ocupe uma parcela relativamente pequena do PIB brasileiro.
Os agricultores familiares enfrentam o desafio das mudanças climáticas, sendo os mais afetados por elas. Alterações no ciclo das chuvas e aumentos de temperatura, causados pelo efeito estufa, são problemas comuns.
A intensidade das precipitações vem aumentando, o que aumenta a erosão, a perda dos fertilizantes e as inundações em regiões produtivas. Nos próximos tópicos, você vai descobrir como a agricultura familiar funciona e quais são suas características. Boa leitura!
O que é a agricultura familiar?
A agricultura familiar é a atividade agrícola praticada em pequenas propriedades de terra, onde a maior parte das pessoas fazem parte do mesmo grupo familiar e dependem dela para seu sustento. No Brasil e no mundo, esse modelo é responsável por levar a maior parte dos alimentos à mesa.
Por isso, é uma atividade-chave para os circuitos locais da economia. No Brasil, ela abastece gêneros como:
- café;
- arroz
- feijão;
- frutas;
- verduras.
Essa atividade geralmente ocorre em harmonia com a natureza, contribuindo para a sustentabilidade no campo. É um modelo de agricultura de pequenas propriedades, que inclui uma boa diversidade de cultivos agrícolas.
Quais são as características da agricultura familiar?
Além do papel na produção alimentar, a agricultura familiar se destaca por servir como um motor para a economia. Ela responde por um percentual alto da população economicamente ativa dos pequenos municípios. Veja suas principais características a seguir.
1. Força de trabalho familiar
A principal característica da agricultura familiar é o fato de seus profissionais serem, em sua maioria, da mesma família. Isso vai desde o cultivo até a gestão. Parte do sustento da família se dá por meio desse trabalho.
2. Atuação em pequenas propriedades
A agricultura familiar acontece em pequenas áreas rurais, de 1 a 4 “módulos fiscais” — a unidade de medida das propriedades do campo, variando entre 5 a 110 hectares. Isso depende do critério que o município utiliza.
3. Grupos e comunidades tradicionais
Na legislação brasileira, a agricultura familiar também inclui grupos e comunidades tradicionais. É o caso da pesca, extrativismo, silvicultura e aquicultura. Também inclui povos indígenas, quilombolas e pessoas assentadas por reforma agrária.
4. Terra como insumo fundamental
A terra serve não apenas para o desenvolvimento da produção, como também para a subsistência. Parte da renda da atividade agrícola serve para sustentar a família, assim como os próprios alimentos que fazem parte da produção.
5. Elo entre família e propriedade
Na agricultura familiar, a família estabelece sua moradia na propriedade. Por isso, é comum que a relação entre a família e a terra dure por várias gerações. A terra e a atividade agrícola são repassadas dos pais para os filhos.
6. Distribuição para os circuitos inferiores da economia
Os gêneros produzidos na agricultura familiar abastecem os estabelecimentos comerciais locais, assim como as feiras da região. Isso acontece por meio da utilização de técnicas tradicionais e de algumas inovações que propiciam melhor produtividade à lavoura.
7. Papel central na economia mundial
A agricultura familiar dá origem à maior parte dos alimentos de origem natural produzidos em escala mundial. Muito do que se consome no planeta é fruto das pequenas propriedades rurais.
Como a agricultura familiar se relaciona com o desenvolvimento rural?
Se todos os agricultores familiares brasileiros formassem um país, ele estaria entre os oito maiores produtores de alimento do mundo. A agricultura familiar brasileira é a principal responsável por abastecer o mercado interno com produtos saudáveis e práticas sustentáveis.
A agricultura familiar é capaz de promover o desenvolvimento rural sustentável. É a forma predominante de produzir alimentos.
O setor é crucial para a segurança alimentar na América Latina, mas ainda enfrenta limitações de infraestrutura, financiamento e expansão.
O percentual de pobreza nas áreas rurais é mais alto, com uma boa parcela incluída na faixa de extrema pobreza. Por isso, parte da melhora das condições no setor depende de investimento em infraestrutura, serviços essenciais, como saúde, saneamento e educação, além de acesso à tecnologia e criação de novos mercados.
O que é o Pronaf?
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) surgiu em 1994 para proteger o pequeno produtor com apoio financeiro e técnico. O foco é aumentar a renda e o desenvolvimento sustentável. O programa procura manter o pequeno produtor no campo, oferecendo linhas de crédito. Quando o produtor o acessa, ele pode aumentar seu investimento.
O Pronaf oferece as linhas de crédito com condições facilitadas, como taxas de juros baixas e prazo de pagamento longo. Os agricultores costumam usar o dinheiro para investimentos como:
- comprar máquinas agrícolas, tratores e colheitadeiras;
- instalar um sistema de irrigação e armazenagem;
- corrigir o solo e recuperar pastagens;
- desenvolver a tecnologia da propriedade e modernizar a estrutura de produção.
Qual é o papel da agricultura de precisão na agricultura familiar?
A agricultura de precisão usa a tecnologia para aumentar a produtividade e refinar o uso de insumos. Ela trabalha a partir de várias técnicas de gestão agrícola, de acordo com as propriedades do solo e das plantas. Entre os vários exemplos, podemos citar o uso de ferramentas como GPS e imagens de satélite que permitem a aplicação precisa de fertilizantes e corretivos.
O problema é que isso não chega a todos. A falta de conectividade digital e assistência técnica são barreiras para consolidar a agricultura de precisão fora do agronegócio.
A agricultura familiar é majoritária no país. Contudo, a maioria dos seus produtores continua excluída da inovação. Esse é um atraso que atrapalha o crescimento da produtividade dos alimentos por aqui. O maquinário ainda custa caro e os produtores rurais têm dificuldades de contratar bons serviços de conexão nas suas regiões.
Além disso, vale lembrar que a agricultura familiar é o principal modelo de produção de alimentos do mundo. Sua propriedade e técnica são transmitidas de geração em geração, sendo uma fonte de sustento e um pilar econômico de inúmeras regiões continentes afora.
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