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ZARC: Conheça mais sobre o Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático

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A atividade agropecuária, por sua própria natureza e de seus eventos, é cheia de riscos que devem ser reduzidos, sempre que possível.

Com esse fim, o Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos (ZARC) fornece informações sobre época de plantio e melhores cultivares para cada município brasileiro.

Assim, podendo dispor de dados e informações mais precisas sobre sua região, o produtor pode elaborar seu planejamento, de modo mais seguro. Ao mesmo tempo, trata-se de um importante instrumento de política agrícola para o país.

Continue a leitura e conheça o ZARC, como funciona e qual sua importância para o produtor rural.

O que é um zoneamento agrícola?

Um zoneamento agrícola é um mapeamento que se faz para delimitar as regiões que apresentem potencial de clima e de solo mais adequado, capaz de viabilizar a condução de uma determinada cultura. Esse trabalho permite determinar qual a melhor época de semeadura e quais as cultivares mais adequadas para cada município.

Com isso, as fases mais críticas e suscetíveis da cultura podem apresentar menores chances de coincidir com as adversidades do clima. Portanto, um zoneamento agrícola constitui uma importante ferramenta de planejamento para o produtor rural.

O zoneamento agrícola considera os elementos do clima associados a outros elementos, como o solo e o meio socioeconômico, com vistas à distribuição das culturas economicamente rentáveis. Por essa razão, constitui uma estratégia que serve de base para o planejamento territorial do uso da terra. Desse modo, o zoneamento agrícola é de utilidade, tanto para o produtor rural quanto para as políticas de governo.

Além disso, esse mapeamento classificatório também é utilizado nos processos de concessão de crédito rural e de seguro agrícola, para fins de liberação de ambos, além de facilitar o acesso ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

O que é o ZARC e como ele funciona?

ZARC é a sigla para o Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático, aplicado no Brasil como política pública, desde 1996. Trata-se de iniciativa federal regida pelo Decreto Nº 9.841/2019, com a “finalidade de melhorar a qualidade e a disponibilidade de dados e informações sobre riscos agroclimáticos no Brasil”.

Na verdade, constitui uma ferramenta tecnológica de análise de risco com base na variabilidade climática, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e seus parceiros. Em termos práticos, indica quais são os períodos de semeadura/plantio mais indicados para cada cultura, por município.

Trata-se de um programa dinâmico, permanentemente atualizado. Para tal, são realizados estudos e analisados os fatores considerados, segundo metodologia da EMBRAPA. Os resultados obtidos são publicados por meio de Portarias da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Essas portarias vão sendo publicadas, levando-se em conta as peculiaridades de cada cultura e as respectivas Unidades da Federação. Assim, apresentam uma relação dos municípios indicados para o plantio da cultura analisada e os calendários de plantio ou semeadura para cada uma.

Quais são os fatores considerados na sua formulação?

Para sua elaboração, os estudos do ZARC levam em conta principalmente as seguintes variáveis:

  • características do clima;
  • características das culturas;
  • ciclo das cultivares;
  • tipo de solo.

As características do clima são consideradas variáveis que não podem ser alteradas. Por essa razão, existem fatores que as representam, que podem ser medidas e que devem ser levadas em conta, como:

  • precipitação pluviométrica (chuvas);
  • ocorrência de temperaturas muito altas;
  • ocorrência de temperaturas muito baixas;
  • radiação solar;
  • ocorrência de geadas.

Como o clima apresenta uma grande variabilidade, ao longo dos anos, o ZARC necessita passar por constantes revisões. Outro fato que reforça a necessidade de atualizações permanentes é o constante trabalho da pesquisa agropecuária, que sempre lança novas cultivares para as diversas culturas.

Por que o ZARC é importante para a orientação dos produtores rurais?

Primeiramente, o ZARC, quando realiza o mapeamento das áreas indicadas para as diversas culturas, aponta também as áreas que não são aptas para a produção. Desse modo, contribui para evitar que o produtor invista na produção de culturas não apropriadas para a área em questão.

Além de recomendar as culturas mais adequadas e a época do cultivo, o ZARC também pode ser uma boa referência para o produtor a respeito da resiliência do solo. Com isso, o agricultor se orienta, sobretudo, quanto à capacidade do solo de sua região de recuperar a umidade, após um período de seca.

Uma das mais importantes informações para o produtor reside na indicação da melhor cultivar ou variedade para a região considerada. O ZARC pode orientar, indicando aquela que está mais adaptada às condições locais, seja pelo regime pluviométrico, tipo de solo ou temperaturas médias locais.

Finalmente, deve-se levar em conta que muitos agentes financeiros só autorizam acesso ao crédito rural, no caso de cultivos em áreas zoneadas pelo ZARC, e para o plantio de cultivares que estejam indicadas nas portarias do MAPA. É uma forma de reduzir os riscos inerentes ao agronegócio.

Com tudo isso, o ZARC passa a ser um instrumento de indução de adoção de novas tecnologias para o produtor. Ao mesmo tempo, reduz os riscos de perdas, diminuindo as chances de transformar a produção agrícola em uma aventura.

Qual o papel das tecnologias para aliar ao programa ZARC?

O ZARC oferece um aplicativo específico que auxilia, tanto produtores como agentes da cadeia do agronegócio. Assim, disponibilizando as informações oficiais do Zoneamento Agrícola de Risco Climático, facilita o acesso e mantém o produtor atualizado.

Associando-se às orientações do ZARC, quanto ao período e as cultivares mais adequadas para uma determinada região, a tecnologia possibilita, ainda, maiores recursos e aprimoramentos, com vistas à redução de riscos na condução da lavoura. Entre esses, podem ser considerados:

  • aplicativos, para previsão das condições climáticas locais;
  • sensores digitais online, para acompanhamento em tempo real;
  • drones, capazes de vistoriar e detectar irregularidades no standard e reboleiras iniciais atacadas por pragas ou doenças;
  • plataformas de gestão, integrando todas as informações e as disponibilizando, via internet.

Como se viu, o Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) é dinâmico, constitui-se em importante ferramenta para o produtor rural e representa mais um instrumento de política agrícola no país.

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