13 tipos de solos do Brasil e os cuidados específicos de cada um

Os tipos de solos se dividem de acordo com alguns critérios. É o caso de composição mineral, textura, condições climáticas e relevo. Conhecer cada um deles ajuda a mantê-lo saudável. Um bom cuidado se relaciona com melhor produção de alimentos, abastecimento de água mais eficiente e preservação da biodiversidade.

A saúde do solo tem a ver com sua capacidade de atuar como um sistema vivo. Um solo de qualidade mantém uma diversidade de organismos que combatem insetos, pragas e doenças de plantas. Ele também recicla os nutrientes das plantas.

Manter essa saúde melhora a retenção da água e dos nutrientes, aprimorando a produção agrícola. Com um bom teor de carbono, o solo saudável é importante para minimizar as mudanças climáticas.

Continue a leitura e confira quais são os tipos de solos a seguir.

Quais são os tipos de solos do Brasil?

Existem 13 tipos de solo no Brasil. Veja quais são a seguir.

Argissolos

Os argissolos têm um teor de argila mais alto e uma cor que varia entre o acinzentado e o avermelhado. Dá para encontrá-los em todas as regiões do Brasil, compondo 24% de nossa superfície.

Cambissolos

Solos desse tipo são parcialmente desenvolvidos, com pouca diferença dos horizontes na cor e na estrutura. Encontram-se em toda a extensão do Brasil, com presença de destaque nos planaltos do Sul. Também é possível encontrá-lo no Acre e no Nordeste.

Chernossolos

Eles têm superfície escura e saturação alta por bases, sendo muito férteis e tendo bom teor de carbono. São também mais raros, aparecendo no Sul, no Nordeste e no Centro-Oeste, compondo só 0,5% do nosso território.

Espodossolos

Os espodossolos contam com subsuperfície de matéria orgânica ou alumínio e ferro, estando presentes na restinga e na costa brasileira, assim como no interior da Amazônia. É lá que sua presença é mais destacada.

Gleissolos

Já os gleissolos são principalmente argilosos. Passaram por oxidação e redução em ambiente cheio de água e contam com uma composição química bem variada. Seu tom é acinzentado ou diverso, com presença mais alta em ambientes com restrição de drenagem.

Latossolos

Eles não têm argila em profundidade e contam com uma coloração que vai do avermelhado ao amarelado, com textura transitando do médio ao muito argiloso. São comuns em regiões tropicais e equatoriais, compondo quase 40% do nosso solo.

Luvissolos

Os luvissolos têm acúmulo de argila ligado a alta atividade, com estrutura desenvolvida e boa fertilidade química. São rasos, avermelhados ou amarelados, formados de blocos ou prismas. Estão principalmente no Nordeste.

Neossolos

Bastante novos e pouco desenvolvidos, os neossolos têm seu material orgânico recente, com espessura de menos de 20 cm, fazendo parte de 15% do nosso território.

Nitossolos

Argilosos e bem-estruturados, os solos desse tipo também contam com estrutura de blocos ou prismas. Costumam ser profundos e bem drenados, com maior presença no Sul. A superfície tem filmes de argila.

Organossolos

Organossolos têm alto teor de matéria orgânica, vinda da decomposição de resíduos vegetais. Sua cor é preta ou cinzenta escura, com presença dispersa no país.

Planossolos

Os planossolos têm alto acúmulo de argila e são pouco permeáveis. Sua textura é arenosa, com transição abrupta devido à presença de argila. Eles contam com estrutura densa, de prismas ou colunas, além de uma baixa permeabilidade que cria ciclos de oxidação e redução de ferro. É comum vê-los no arroz irrigado do Sul.

Plintossolos

Nessa categoria estão os solos que têm alto teor de ferro e drenagem irregular, com cores principalmente amareladas, avermelhadas e cinzentas — às vezes, há um aumento pequeno de argila. Eles têm pouco carbono orgânico e presença de ferro, alumínio e até quartzo.

Vertissolos

Vertissolos têm teores altos de argila, fendas largas e estrutura cuneiforme. Sua cor é acinzentada ou preta. No entanto, a textura é pesada e a drenagem é lenta. São comuns na região seca do Nordeste, no Pantanal, no Recôncavo Baiano e na Campanha Gaúcha.

Como os solos se formam?

O solo é fruto de fatores ambientais ativos. É o caso dos organismos e do clima. Ele surge sobre um material de origem por um período. Por isso, há várias fases de evolução. Isso vai do estágio inicial ao equilíbrio.

Isso acontece com:

  • deposição ou acúmulo do material de origem, chamado de “substrato”;
  • formação dos horizontes do solo, um processo chamado de “pedogênese”.

O solo se compõe de corpos naturais, com partes líquidas, sólidas e gasosas. É a soma de matéria mineral e orgânica. Ele tem matéria viva e ocupa a maior parte da extensão continental da Terra.

O solo também é fruto de uma transformação em relevo, bioma e clima. Podemos usá-lo para dar sustentação às plantas, armazenar água e filtrar naturalmente os poluentes. Ele é o que dá origem a alimentos.

O que faz o solo degradar?

A degradação de solos é um dos desafios do pequeno produtor rural. É o processo de deterioração de sua qualidade produtiva. Quando rico em nutrientes e minerais, é fértil para uma produção agrícola rica. No entanto, a deterioração leva a perdas.

Para evitar a degradação do solo, procure:

  • entender a razão do problema;
  • trabalhar um plantio certo, planejado e estratégico;
  • fazer o reflorestamento;
  • investir em adubação sustentável;
  • explorar as possibilidades da tecnologia, como o plantio mecanizado;
  • ter apoio especializado.

Você também pode prevenir outros problemas além da degradação do solo. É o caso da complexidade climática, que provoca perda de produtividade e derruba a renda previsível. O seguro agrícola é uma solução que oferece várias coberturas para esses casos.

Quais são as vantagens de um solo saudável?

O solo saudável propicia uma comunidade diversa de organismos, ajudando a reciclar os nutrientes essenciais. Eles são essenciais porque:

  • são a base da produção global de alimentos. Quase toda a nossa comida depende da terra;
  • são fundamentais para a segurança alimentar, trazendo a garantia de comida nutritiva de qualidade;
  • abrigam 25% da biodiversidade da Terra. São espécies que têm funções vitais na troca de gases e no ciclo de nutrientes;
  • guardam e filtram a água. É o principal responsável por sua distribuição;
  • diminuem os efeitos das mudanças climáticas. Sua matéria orgânica é uma das grandes fontes de carbono da atmosfera;

Os 13 tipos de solos do Brasil tem características e funções próprias. Conhecê-los ajuda a preservá-los, entender seu potencial produtivo e limitações, além de explorá-los da melhor forma.

Se você quiser saber mais sobre o tema, veja nosso post sobre as 7 principais características do solo arenoso.