Posso contratar seguro sem franquia? Veja por que não vale a pena

O seguro auto é o produto mais popular do tipo entre os brasileiros. Nele, o seguro sem franquia é uma possibilidade a pôr na ponta do lápis.
No “segurês”, a franquia é a coparticipação dos seguros. Quando um carro passa por um acidente, por exemplo, a seguradora não precisa arcar com o prejuízo sozinha.
Em geral, há uma franquia, o percentual com o qual o segurado arca com o conserto.
O valor costuma ser a parte mínima, feita para tornar o seguro financeiramente viável.
Isso porque, quanto mais baixa a franquia, maior é o preço da apólice. Esse é o “prêmio”, a ser pago pelo segurado à seguradora.
Só que, nos últimos anos, as seguradoras criaram a modalidade de franquia isenta. Será que ela vale a pena?
É o que você vai descobrir a seguir.
Vale a pena contratar seguro sem franquia?
O seguro sem franquia costuma ser desvantajoso por algumas razões.
A primeira é que, para que o seguro sem franquia valha a pena financeiramente, o valor de seu prêmio não pode superar o valor do prêmio de um seguro com franquia somado ao prêmio do seguro franquia.
Parece confuso? Calma, que ficará simples.
Existe uma modalidade de seguro no mercado, chamado de “seguro franquia”. Sua ideia é cobrir a franquia caso aconteça algo que está previsto na apólice.
Imagine que você passou por uma batida de carro, algo coberto pela seguradora, e o conserto do carro ficou 20 mil reais.
Se sua franquia for 3 mil, você precisaria arcar com esse valor e a seguradora arcaria com os outros 17 mil.
No entanto, se você tiver um seguro franquia, esse valor de 3 mil também será coberto. É um segundo seguro, feito para cobrir especificamente a franquia, e que pode ser contratado separadamente com outra seguradora.
A questão é que, em seguros sem franquia, o prêmio é muito mais alto.
Se a soma dos prêmios de um seguro com franquia e do próprio seguro franquia não superarem o prêmio do seguro sem franquia, isso significa que ele não é financeiramente vantajoso.
A segunda razão pela qual o seguro sem franquia pode ser desvantajoso é a exigência das seguradoras.
Por uma questão de análise de riscos, seguradoras são muito mais cautelosas ao oferecer a franquia isenta do que nas modalidades convencionais.
Há alguns anos, era um seguro exclusivamente feminino. Isso porque, no banco de dados das seguradoras, as mulheres estavam menos expostas à sinistros do que os homens.
Por isso, nem todos os tipos de carro são elegíveis para a opção.
Por fim, há também a questão dos custos fixos.
É o que você vai ver no próximo tópico.
A matemática do seguro sem franquia
O prêmio é o valor que você paga para ter acesso ao seguro. É o que as pessoas chamam popularmente de “preço da apólice”, ou “preço do seguro”.
Você pode pagá-lo mensalmente, trimestralmente, semestralmente ou anualmente. Quanto mais alto, maior o custo fixo que você precisará arcar, em nome de um custo variável (franquia) reduzido ou inexistente.
O problema de ter um seguro sem franquia é que o custo do prêmio ficará mais alto. Isso simboliza um custo fixo maior, o que é desvantajoso do ponto de vista de finanças pessoais por alguns motivos.
O primeiro é a flexibilidade do orçamento. Pessoas que se comprometem com muitos custos fixos têm uma carteira menos manejável.
Se acontecer um imprevisto que vá além da capacidade de manejar o orçamento e um percentual alto de sua renda é ocupada com custos fixos, você terá duas opções: endividar-se ou cancelar o seguro.
No entanto, se tiver um custo fixo baixo e deixar a maior parte do orçamento para gastos variáveis, como lazer e viagens, poderá simplesmente moderar seu estilo de vida — adiando uma viagem, por exemplo — sem precisar cancelar o seguro ou ficar inadimplente no cartão de crédito.
Por isso, o seguro franquia junto a uma franquia majorada ou básica pode ser a opção financeiramente mais robusta.
Uma possibilidade intermediária é a franquia reduzida: nela, você tem acesso a uma franquia mais baixa e um prêmio mais alto — sem que ele seja tão exorbitante quanto o da franquia isenta.
No entanto, vale fazer a conta da soma dos prêmios, para conferir realmente se a soma dos seguro franquia e do seguro com franquia convencional batem o valor da franquia isenta.
Aqui, vale ter a ajuda de uma boa corretora de seguros. É ela que decifrará o “segurês” e mostrará as melhores opções.
Quais outras formas de economizar com o seguro?
Você não precisa depender de um seguro sem franquia para baratear os custos. Há outras formas de fazer isso.
Uma delas é estudando a necessidade do guincho 24 horas. Embora ele seja realmente uma mão na roda, é também um dos itens que mais pesam no valor da apólice. Ás vezes, chega a representar 15%.
Seu valor aumenta de acordo com a área de cobertura. Algumas seguradoras preveem um raio de até 500 km.
Se seu uso é urbano, reduzir essa distância é uma forma de economizar. Você também pode optar por um guincho à parte, usando o cartão de crédito ou outro serviço que já tenha.
Se você tiver parentes que poderão dispor de um carro em um momento de necessidade, também pode dispensar o carro reserva.
Um veículo disponível por 30 dias pode representar até 20% a mais na apólice. Veja se não é mais em conta acionar apps como Uber ou 99.
Algumas seguradoras também oferecem redes de oficinas credenciadas, o que pode significar descontos de até 5%.
Por fim, seja um motorista exemplar. Quem passa um ano sem acionar o seguro tem ganha um bônus, que se concretiza em desconto ao renovar contrato.
Se você quiser o reembolso da franquia, o seguro franquia pela Humber traz a proteção extra para quem não quer arcar nem com o valor da coparticipação.
Contratar seguro sem franquia pode parecer econômico à primeira vista, mas costuma implicar em um gasto fixo anual maior, especialmente para motoristas prudentes no trânsito. Por isso, vale por na ponta do lápis.
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