ESG no agronegócio: 6 boas práticas para implementar no campo

O ESG no agronegócio já é uma realidade. A agenda ambiental, social e de governança já faz parte do dia a dia do setor. Muitas empresas possuem métricas ESG, ainda que um número menor realmente se comprometa com os três pilares da agenda.

Não é só em obras como a novela “Pantanal”, exibida na Rede Globo em 2022, que a bandeira da sustentabilidade chegou ao campo. Há um número maior de iniciativas, voltadas principalmente à defesa agroflorestal, que une produção de alimentos e recuperação de áreas degradadas.

A consequência é a recuperação da fertilidade do solo, estimulando a volta das nascentes, preservando a mata nativa e diminuindo a erosão. Há até uma nova safra de líderes surgindo, qualificados principalmente em ESG. Veja mais sobre o assunto a seguir.

O que é ESG?

ESG se traduz como “meio ambiente, social e governança”. Essas letras substituíram o termo “sustentabilidade” no mundo corporativo. A ideia surgiu no mercado financeiro para medir o impacto que a prática de sustentabilidade gera nos resultados de uma empresa.

A sigla apareceu pela primeira vez há mais de duas décadas, em um grupo de trabalho de uma rede da ONU (Organização das Nações Unidas) e faz parte do investimento sustentável. O termo surgiu para focar em questões materiais.

No passado, o foco das empresas era só o seu crescimento e lucratividade. O problema é que, hoje, há empresas cujas receitas superam o PIB de alguns países.

Por isso, a sociedade começou a cobrar um papel na sociedade que fosse além de suas próprias aspirações.

Boas práticas de ESG no agronegócio

Os recursos e a capacidade de implementação variam entre as empresas. No entanto, incorporar práticas de ESG no agronegócio melhora a imagem da empresa, cria oportunidades de negócios e atrai clientes antenados com essas questões. Confira!

1. Ação no pilar ambiental

O pilar ambiental enfatiza diminuir desperdícios, ter cuidado com água e combustíveis fósseis, priorizar energia renovável, fazer zoneamento de risco climático, priorizar o adubo verde, evitar pesticidas, respeitar o Código Florestal, reflorestar áreas degradadas e gerir os resíduos.

2. Ação no pilar social

O pilar social envolve as relações entre a empresa e os profissionais do campo, os clientes e a sociedade. A empresa precisa dar satisfação e manter uma boa relação com quem será afetado pela atividade, incluindo a comunidade ao redor.

3. Ação no pilar de governança

A governança é a administração da empresa. É nela que vemos as regras de gestão e conduta. Inclui práticas contra a corrupção e o trabalho escravo, um conselho de administração diverso, valorização da ética e prestação de contas.

4. Uso da tecnologia no agro

Hoje, o agro desenvolveu a capacidade tecnológica para práticas com menos risco ao ambiente. É o caso da agricultura de precisão, descarbonização, irrigação, digitalização e os bioinsumos da biotecnologia.

5. A integração Lavoura-Pecuária-Floresta

A integração lavoura-pecuária-floresta une sistemas agrícolas, florestais e pecuários na mesma área, por consórcio, em sucessão ou rotação. É uma forma de otimizar o uso da terra com baixa emissão de gases de efeito estufa.

6. Bioinsumos

Os bioinsumos são desenvolvidos a partir de extratos e enzimas naturais. Eles têm sido usados para substituir os fertilizantes não renováveis por insumos de base biológica, ocupando também o papel dos insumos sintéticos tradicionais em várias culturas.

Como o ESG no agronegócio se desenvolveu?

Hoje, há um número maior de pessoas que querem levar ao campo tecnologia que aumente a produtividade, diminua o impacto ambiental e traga mais rentabilidade para os negócios. O foco, além do lucro, passou a incluir benefícios ambientais e sociais.

A agenda ESG também enfrenta suas barreiras. É o caso da falta de inclusão digital e conscientização ambiental. Por isso, repensar o modelo e adotar as melhores práticas ainda é um desafio. A isso se soma a falta de incentivo financeiro. O produtor latino-americano ainda depende muito do crédito safra a safra.

Estamos começando a cruzar a barreira da agricultura tradicional para o agro inteligente, no momento em que o mercado começou a demandar empresas sustentáveis e éticas.

De onde vem o ESG?

Embora tenha ganhado popularidade recentemente, o ESG é um termo que surgiu há mais de duas décadas. O termo apareceu em uma publicação do Banco Mundial e é fruto de uma instigação do secretário-geral da ONU na época, Kofi Annan, a CEOs de grandes empresas do mundo.

A ideia era colher respostas dos bancos de como integrar o ESG ao mercado de capitais. Essa virou as bases do investimento sustentável.

A indústria ESG também tem um potencial em ascensão, com seus fundos pontuando acima do 1 trilhão de dólares. Os investidores começaram a se interessar por investimentos de baixo impacto e alta resiliência, traços do mundo ESG. O contexto dá ao cliente um poder ainda maior. Ele pode optar por marcas que não esgotem os recursos naturais.

Por que investir em agricultura sustentável?

A agricultura sustentável é feita com respeito ao meio ambiente. É uma forma de produzir assegurando sua continuidade. Além de ser uma das preocupações da agricultura moderna, traz um elenco considerável de benefícios. É o caso da redução de desperdícios, uma preocupação comum na gestão agrícola, ou da diminuição da degradação do solo.

Boas práticas na agricultura sustentável diminuem a degradação com um manejo de baixa intervenção, explorando o plantio direto, a rotação de culturas, o uso de consorciamento e a diminuição dos defensivos agrícolas. Esse também é um caminho para produzir alimentos saudáveis. Não é só reduzir o controle químico, como obter um bom aproveitamento do solo pelas plantas usando condições mais adequadas para que se desenvolvam.

A melhora na qualidade de vida e o incremento da biodiversidade da região são outros benefícios. Na agricultura sustentável, há o cuidado com o ambiente e os processos de produção, garantindo as áreas de reserva de mata. Isso agride menos a vida animal e vegetal. O ESG no agronegócio é uma agenda central diante das mudanças climáticas, com o impacto ambiental aparecendo como prioridade. As empresas do setor já começam a se movimentar na busca por práticas mais responsáveis.

Se você quer estudar alternativas mais sustentáveis, veja o post em que contamos por que investir em energia eólica rural!