Seguro de vida entra no inventário? Tire suas dúvidas!
O seguro de vida não costuma participar do planejamento financeiro das famílias brasileiras, sendo um terreno desconhecido para muita gente. A hesitação ao pensar na própria morte é um fator, mas para quem considera essa alternativa, vale a pena saber se seguro de vida entra no inventário.
Escolher a apólice ao fazer o seguro não é algo tão intuitivo. Para escolher, é preciso ponderar as necessidades da família, o orçamento doméstico e a existência do inventário, especialmente nos casos de morte acidental.
Pensar na modalidade só como uma forma de se resguardar em caso de morte também é uma forma equivocada de pensar sobre a modalidade. Você já vai entender o porquê. Boa leitura!
Como o inventário funciona?
O inventário é o processo de administrar os bens de alguém depois de sua morte, quando há bens ou dívidas. Nele, há a descrição de seu patrimônio e a partilha dos bens. Então o processo segue para a emissão de documentos.
A abertura acontece a partir de dois meses e é finalizada em até doze depois da abertura. Uma pessoa pode destinar até metade do seu patrimônio para quem quiser, usando um testamento. A outra metade vai para os “herdeiros necessários”, como parentes e companheiros.
Fazer o inventário inclui:
- apurar o patrimônio;
- definir o tipo de inventário;
- escolher um cartório;
- selecionar um inventariante;
- negociar as dívidas;
- decidir a partilha de bens;
- pagar os impostos;
- conseguir a autorização da Procuradoria da Fazenda;
- finalizar a emissão dos documentos.
Seguro de vida entra no inventário?
O seguro de vida não entra no inventário: ele não se sujeita às dívidas e não é herança. O benefício vai direto aos beneficiários, sem burocracia. O valor não se relaciona às dívidas e não incide Imposto de Renda.
A vantagem do seguro de vida é fazer com que seja possível receber os valores com rapidez, sem precisar da liberação do inventário. Isso é útil para quem tem como destino o sustento dos familiares ou dependentes. Por isso, ele faz parte do planejamento sucessório.
O seguro de vida também não é considerado herança. Ele não estipula os recursos só para um grau de parentesco. É possível definir qualquer pessoa da família como beneficiária. Outra razão é o fato de cobrir não só os dependentes, mas a própria pessoa ainda viva, no caso de doenças graves ou acidentes.
O que considerar antes de fazer um seguro de vida?
Ponha na ponta do lápis quanto a família precisa para sobreviver, reflita sobre o valor que seus filhos precisarão para concluir os estudos, qual o valor destinado aos financiamentos e quanto precisaria para despesas emergenciais no caso de morte.
A maioria dos seguros prevê um horizonte de 24 a 36 meses. No entanto, você pode precisar de um prazo maior. Portanto, pense sobre suas necessidades e lembre-se de que a questão do inventário conta porque ajuda na sobrevivência da família enquanto os outros bens não são liberados.
Revise também a cobertura periodicamente. O custo aumenta ao longo do tempo, mas as necessidades de planejamento financeiro também. Pense também sobre a cobertura para doenças graves, já que elas costumam ser bem onerosas para as famílias.
O seguro de vida serve apenas para a morte?
O seguro de vida não serve só para a morte. Profissionais liberais, por exemplo, que têm poucas garantias do INSS, ficam resguardados no caso de doenças graves. Mesmo quem é pensionista público pode contar com uma renda extra em situações difíceis.
Para quem quer garantir uma reserva para pagar a faculdade dos filhos, o seguro também serve. Algumas modalidades permitem o resgate proporcional do fundo a partir de dois anos e é possível também contratar coberturas complementares, como assistência 24h, troca de pneus, telemedicina e por aí vai.
Tudo isso pode se aliar ao planejamento sucessório. No caso de morte, o seguro ajuda a pagar toda a burocracia do inventário, os custos com o funeral e as outras despesas que surgem nessa hora.
Vale a pena fazer um seguro de vida?
O seguro é um item básico do planejamento financeiro. Serve para evitar o estresse financeiro em situações difíceis. Entre seus principais benefícios, aparecem:
- segurança financeira;
- pagamento de dívidas;
- empréstimos com garantia;
- proteção de dependentes;
- coberturas adicionais.
Quanto mais jovem e saudável você é, mais econômico fica o valor seguro de vida. Para fazer a apólice, é preciso fornecer informações sobre você, seu estado de saúde e seu estilo de vida. No cálculo, a seguradora faz uma estimativa de risco.
O preço varia, conforme o valor da indenização. O valor é reajustado anualmente, seguindo a idade e um índice que acompanha a inflação. Para saber o valor da indenização, calcule os gastos mensais e inclua o valor das suas aplicações financeiras e das suas dívidas.
Como é a divisão do seguro de vida para os herdeiros?
A divisão do seguro de vida para os herdeiros segue a escolha de beneficiários, feita por quem contratou o seguro, e essas pessoas aparecem na apólice. Ao contratar o produto, você diz quem receberá a indenização na sua ausência.
Essa indicação não é uma obrigação. Se você decidir substituir os beneficiários, poderá fazê-lo e não há obrigação. No entanto, há casos em que quem contrata o seguro não indica as pessoas que receberão a indenização. Dá para fazer isso também.
Aqui, o valor vai para os herdeiros legais. Embora o seguro de vida não seja herança, ele segue a mesma regra quando não há definição dos beneficiários. Isso também se aplica quando a pessoa que está na apólice faleceu antes de quem contratou.
Quais são os mitos sobre o seguro de vida?
Entre os mitos sobre seguro de vida, estão:
- “só serve para caso de morte”;
- “só herdeiros legais se beneficiam”;
- “não dá para cancelar”;
- “é burocrático”;
O seguro de vida, portanto, não entra no inventário. Ele até pode ser útil para cobrir as despesas com a burocracia desse processo e ajudar com custos de funeral. A maior parte das pessoas superestima seu valor. Por isso, vale pesquisar para ver se é o seu caso.
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